A convivência entre bebês e cachorros nos lares brasileiros é cada vez maior. O amor pelos peludos e a vinda de um novo membro à família acredito ser algo trivial atualmente. Mas o que é preciso saber para que esse convívio seja amoroso, saudável e seguro para ambos. Para falar sobre o assunto, entrevistamos a médica veterinária da clínica SPet, parceira da Cobasi, Aline Oliveira. Confira:
1 – Ao chegar um bebê em uma casa que já tenha um cão, quais são os cuidados que os pais devem tomar para que a convivência entre eles seja segura e agradável?
R- O ideal é fazer a adaptação aos poucos, permitir que o cão cheire roupinhas/objetos da criança, se o animalzinho for dócil pode inclusive mostrar o bebê de perto para que ele entenda a situação de um membro novo na família. Tentar manter a rotina de cuidados/passeios com o cão para que ele não se sinta abandonado e passe a ter comportamentos inadequados. O uso de alguns produtos como o Adaptil podem ajudar. Manter a higiene do cãozinho, vermífugos e vacinas, pelos e unhas aparados corretamente também contribuem para uma convivência segura.
2 – É verdade que bebês que convivem com cães são mais fortes e saudáveis? Explique.
R- O sistema imunológico do bebê precisa ser estimulado para se desenvolver melhor. Estudos recentes mostram que esterelizar demais o ambiente pode favorecer que as crianças cresçam mais alérgicas e vulneráveis a doenças. A convivência com cães e gatos, assim como atividades ao ar livre, mexer em terra, plantas podem ser um fator de estímulo à produção de anticorpos, deixando o organismo mais preparado para combater infecções e menos propenso a alergias.
3 – Conhecer o temperamento do cachorro é importante para assegurar o bom relacionamento com uma criança?
R- É fundamental que o cão tenha um temperamento dócil e previsível, pois os bebês e crianças pequenas podem assustá-los e até machucá-los. Como resposta, instintivamente o cão pode revidar para tentar se proteger a acabar ferindo a criança. O ideal é sempre manter a vigilância, não deixar o cão e o bebê sozinhos. Em muitos casos, adestramento é indicado.
4 – Quais são as principais orientações que devem ser passadas para uma criança sobre o que deve e o que não deve ser feito com um cão?
R- O ideal é desde cedo fazer a criança ter empatia pelo cão, entender que ele é um ser vivo, que sente dor, medo. É muito importante entender desde cedo que não se trata de um brinquedo. Que gosta de carinho, afagos. Demonstrar amor pelo cão na frente da criança sempre. Sempre intervir é claro, se a criança for agressiva com o cão.
5 – Ter um cachorro ajuda as crianças a criar responsabilidade? Como elas podem ajudar? Explique.
Sim, pois ser incluído na rotina de cuidados ajuda a entender que o cãozinho depende da família para seu bem-estar. Alimentar o cão, levar para passear, ensinar a limpar os dejetos, ajudar a dar remédios, levar para dar banho/veterinário. Assim a criança se sente feliz por ter funções na dinâmica familiar.
6 – Ser tolerante e afetuoso são qualidades que uma criança pode desenvolver convivendo com um cão? Explique.
R- Com toda certeza. A convivência ensina a amar o próximo, perdoar, demonstrar amor e carinho, ser paciente. São inúmeros aprendizados. Se um cão danifica um brinquedo da criança, por exemplo, ela pode a princípio ficar muito magoada, mas vai acabar entendendo que não foi por maldade do cãozinho e assim exercita o perdão e a responsabilidade de manter seus pertences seguros.
7 – Existem algumas situações em que não são recomendadas crianças e cachorros viverem juntos? Se sim, quais e por quê.
R- Acredito que pouquíssimas situações seriam contraindicadas para uma convivência tão boa. Mesmo as situações mais adversas podem ser adaptadas, com muita conversa, paciência, adestramento e bom senso. Lembrando que se a criança apresentar alguma condição de saúde imunossupressora ou alergias graves, o aval do médico pediatra é necessário.
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